Mitos da liderança

Acredito que muitas, mas muitas pessoas assistiram William Wallace comandando seus guerreiros contra o exército que por sua vez no final oprimiria W. Wallace e a seu povo. Este é apenas um exemplo, mas há tantos, Winston Churchill em desafio ao nazismo, Gandhi liderando uma marcha histórica até o mar para o protesto da Lei do Monopólio de Sal. Todos os exemplos citados são líderes natos, foram grandes e impactaram em seus liderados e no mundo como um todo. Mas eu também acredito que todas estas ilustrações induzem ao erro, pois a realidade é outra, ou seja, 99% de toda a liderança não acontece no topo, mas no escalão médio da organização. Mas por que mesmo com esta porcentagem apontando para o escalão médio ainda há sempre a mesma afirmação: “Não posso liderar se não estiver no topo”.
Ao contrário do quê muitos acreditam, e eu particularmente, principalmente após amadurecer hoje vejo de forma diferente, creio sinceramente que liderança é uma escolha que se faz, não um lugar em que se senta. Mas todavia, a liderança precisa ser desenvolvida, e é uma habilidade que se requer tanto na vida profissional quanto pessoal e quando começamos este processo de autoconhecimento e desenvolvimento passamos por algumas etapas até estarmos maduros para exercermos a liderança em relação aos nossos liderados com consciência e eficácia.
E eu vejo que a liderança possui níveis com base nisso que tal fazermos uma brincadeira e vermos em que nível nos encaixamos hoje?
Começamos com a posição, nesta etapa atingimos um cargo, temos alguns direitos e as pessoas nos seguem simplesmente porque tem que fazê-lo. Isso quer dizer que nossa influência não ultrapassará as delimitações do trabalho e haverá como conseqüência uma alta rotatividade.
A segunda etapa é a permissão, nela há o relacionamento interpessoal e as pessoas nos seguem porque querem apesar autoridade existente. Aqui eu entendo que o trabalho se torna divertido, pois seguimos um líder que gostamos, nos identificamos. Entretanto permanecermos muito tempo parados nesta etapa fará com que nossos liderados que hoje se divertem e são motivados se tornem inquietos ao longo do tempo.
A produção fala por si só, as pessoas nos seguem em razão do quê já “produzimos” e entregamos para a organização e é neste momento que percebemos o sucesso pois fomos eficientes, nossos liderados percebem isso pois gostam do líder e do quê ele faz principalmente porque há resultados concretos e todos vêem.
Quando falamos de desenvolvimento pessoal os olhos de muitas pessoas brilham principalmente aquelas que tem visão, trata-se da oportunidade de crescer e é nesta etapa que nós enquanto líderes quando atingimos este nível percebemos que nossos liderados nos seguem em virtude do quê fizemos e fazemos por eles. Nesta posição há efetivamente o crescimento, pois líderes preparam novos líderes assegurando uma continuidade para a organização enquanto gestores líderes e sobretudo no âmbito pessoal. Devemos focar todos os nossos esforços para atingirmos esta fase e depois permanecermos nela.
E por último particularmente conheço pouquíssimos, um ou dois líderes no máximo nesta etapa que eu chamo de personalidade somada ao respeito pois, exatamente neste momento as pessoas te seguirão pelo o quê tu és e pelo o quê representas. Para que seja alcançada esta etapa despende-se muitos tempo, são anos promovendo o crescimento de pessoas e organizações. Neste ponto aqueles que finalmente chegam são “os caras”.
Portanto para minha pergunta é: onde estamos nesta escada?

by Mônica Radünz (mmradunz@yahoo.com.br)